Veredito: indiano com comida boa, ambiente relaxado e atendimento simpático. Vale!
Sugestão: combinar pão, curry e um assado no forno tandoor é sempre uma boa
Algo me incomodava nos indianos de São Paulo: a comida podia ser boa, mas faltava algo de Índia neles. Tudo que conheço de lá, admito, é dos filmes de Bollywood e das notícias de jornal. Então posso estar totalmente equivocado. Talvez seja a Índia que exista apenas na minha cabeça, não sei.
Fato é que o Bawarchi supriu meu desejo. A comida é tão boa quanto ao do Tandoor, o atendimento é simpático e caseiro, como no Samosa&Co, e o ambiente tem uma certa combinação aleatória de elementos que me remete à Índia da minha imaginação. Resultado: meu indiano preferido de agora em diante (não me arrisco a ir a esses com estátuas gigantes de Ganesh na porta e cardápios $$$$ porque sei que vou desgostar).
O chef Bhagwan Sinh abriu a casa há cerca de quatro meses num canto escondido da Vila Mariana, a cinco quadras do metrô Ana Rosa. Sinh deixou Mumbai, na Índia, para trabalhar num restaurante em Belo Horizonte. De lá veio para o Tandoor, aqui em São Paulo. Agora tenta a sorte no Bawarchi. O local pode abrigar muitos clientes: tem um salão grande, com uma parte fechada, meio escura, e um terraço agradável com vista para os fundos do Sesc Vila Mariana. Pôsteres velhos da Índia, plantas de plástico, balões tipo japonês de papel crepon e uma figura do Taj Mahal são a decoração. E tem música indiana tocando, sem dúvida.
Pedimos, para duas pessoas, dois curries: paneer korma (R$27,50), de queijo branco num molho de castanha de caju, e murg vindaloo (R$30,50), de frango e batatas feito com alho e cominho, ao estilo de Goa. Só que, vendo o frango assado no forno tandoor (R$33,50) das outras meses, fui levado pela cobiça e pedi para trocar o vindaloo.
Demorou um pouco para chegar, ainda mais com a troca. A espera valeu. O curry cremoso dava vontade de raspar cada gota no prato com os sempre viciantes garlic naan (R$5), pão achatado com alho, e pyaaz kulcha (R$5), pão achatado com cebola fatiada e especiarias. O frango, bem pouco apimentado, tem o gosto do tandoor e a maciez da simpatia indiana.
Para beber, chai com e sem leite. Já eram quatro da tarde, mas mesmo assim rolou uma sobremesa: sorvete de manga com coco ralado (R$7,50). Vem num formato engraçado, de cone. Em tempos de gelatos italianos, este sorvete vai na direção contrária: é bem duro, até difícil de cortar – não por estar gelado demais, mas por alguma diferença no preparo. O gosto é de manga transformada em sorvete. Sei lá se tem na Índia, mas adorei.
Bawarchi, aliás, é o nome de um filme famoso de Bollywood da década de 70. Conta a história de um cozinheiro, justamente.
Durante a semana, parece que tem um self-service bem acessível: R$2,85 por 100g. Como só vi na saída a placa, não consegui perguntar se servem também comida indiana. Tomara que sim! Às vezes tem também apresentação de dança indiana.
Bawarchi
Rua Humberto I, 281, Vila Mariana, São Paulo-SP, tels.: (11)5081-4264/ (11) 98786-4426. Aceita todos os cartões. Almoço: de terça à domingo das 12h às 15h e jantar, todos os dias, das 19h às 0h. Sem acesso para cadeirantes (tem uma escada grande) .
Comi diversas vezes no Namastê, restaurante gerenciado pela filha e pelo genro do Bhagwan em Belo Horizonte, e a comida é maravilhosa. O estilo é bem esse descrito mesmo, de mais informalidade, basta não ter frescura. Vale demais a pena.
Estava a procura de um curry indiano com naan , e obrigado pela sugestão. Com certeza, estarei lá dentro de alguns dias.